INHAPIM – Em meio a prantos e desespero, a Justiça cumpriu a reintegração de posse na manhã desta quinta-feira (9) de uma área invadida no Córrego Boa Fé, zona rural de Inhapim. Pelo menos 63 moradias foram destruídas e as 36 pessoas que ocupavam as casas ficaram sem ter para onde ir após a desocupação. Não houve resistência por parte dos moradores, o que não impediu cenas de choro, desespero e desilusão.

O cumprimento do mandado de reintegração de posse contou com uma operação especial envolvendo policiais da 22ª Companhia de Polícia Militar Independente, da 12ª Companhia de Missões Especiais e 12ª Companhia de Polícia Militar Ambiental, além de profissionais do Corpo de Bombeiro Militar.

Na última quarta-feira (8), cerca de dez famílias já haviam deixado o local. Algumas chegaram a tirar alguns materiais usados na construção, como vidros e telhados. Outras ainda acreditavam que a desocupação poderia ser revertida e não tinham realizado a retirada de móveis. Muitas casas ainda estavam em processo de construção. As terras pertencem ao Patronato de Inhapim.

O terreno começou a ser ocupado por integrantes do Movimento Sem-Teto de Inhapim, o MSTI, em 28 de setembro de 2013. O major Sérgio Renato explicou que, a após a justiça determinar a reintegração de posse, o processo entrou na fase de negociação com os moradores.

“Se tem um mandado judicial, quer dizer que foi ilegal a ocupação, então a Polícia Militar seguiu todas as fases. Veio uma liminar no mês de abril, nós aguardamos e agora no dia 18 de agosto recebemos um documento da Vara de Conflitos Agrários de Belo Horizonte dando um prazo de 60 dias para a desocupação”.

No terreno invadido de aproximadamente 86 hectares, viviam 34 famílias, sendo 24 adultos e 12 crianças. Os líderes do movimento MSTI alegam que há anos as terras do Patronato de Inhapim estão improdutivas e tentaram buscar na Justiça o direito de permanecer no local.


Fonte: http://www.jvaonline.com.br