GALERIA DE FOTOS
IPABA: Uso de diárias derruba prefeito, mas substituto fez o mesmo

IPABA (MG) - Na Câmara, a situação não parece ser diferente. Só no primeiro semestre do ano, a Casa gastou mais de R$ 64 mil em diárias para 11 vereadores.
IPABA (MG) - Os vereadores da Câmara Municipal de Ipaba, na região do Vale do Rio Doce, votaram, na semana passada, pelo afastamento do prefeito Edmarques Gonçalves Teixeira (PDT), por 90 dias, devido a denúncias que envolvem o uso indiscriminado de diárias de viagem e falta de transparência.
Após a votação, o vice-prefeito José Carmo Barbara pediu para também ser afastado, deixando a administração municipal a cargo do presidente da Câmara, vereador Raone Ferreira (PSD). Mas, segundo denúncias enviadas ao Aparte, o Legislativo também pratica atos semelhantes aos que levaram ao afastamento de Edmarques.
Em setembro, a coluna mostrou que o prefeito Edmarques recebeu, somente no primeiro semestre de 2015, quase R$ 12 mil em diárias de viagem. O valor corresponde a um montante de R$ 2.000, em média, por mês. Além dele, o município pagou diárias a parentes de chefes de pastas da prefeitura.
Na Câmara, a situação não parece ser diferente. Só no primeiro semestre do ano, a Casa gastou mais de R$ 64 mil em diárias para 11 vereadores.
Assim como no caso da prefeitura, o pagamento se estendeu a pessoas próximas dos beneficiados. Desde junho, por exemplo, a Câmara passou a pagar diárias para um cunhado o presidente da Casa. “Ele tem recebido grandes valores em diárias, mas ninguém sabe com o que ele trabalha”, aponta um servidor da Casa, que pediu para não ser identificado.
Em conversa com a coluna, Raone Ferreira defendeu a utilização das diárias. “A diária é um direito de mandato dos vereadores, não tem nada de ilegal nela. É um auxílio de custo para as viagens que envolvam interesses do município”, diz. Para receber os valores, que variam de R$ 300 a R$ 900, os parlamentares não precisam apresentar notas fiscais, somente apontar os dias em que ficou fora do município.
Questionado sobre o pagamento de diários a seu cunhado, ele reafirmou não haver ilegalidade. “Fomos até o Ministério Público ver se podia ou não. Cunhado não é nepotismo, já que é um parentesco de terceiro nível”, afirma Raone, apontando que o familiar atua como assessor de imprensa.
Fonte: Coluna A.Parte - O Tempo