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TICO TICO - A primeira revista de quadrinhos do Brasil. A revista O Tico Tico, lançada pelo jornalista Luís Bartolomeu de Souza e Silva, foi a primeira a publicar histórias em quadrinhos no Brasil. Sua primeira edição saiu no dia 11 de outubro de 1905, uma quarta-feira e não em uma quinta como dizia a capa. O modelo seguido pela Tico Tico era o da revista francesa La Semaine de Suzette, personagem que foi publicada pela revista com o nome de Felismina. Era publicada em dois tipos de papel, com quatro páginas coloridas e as restantes usavam no lugar do preto e branco habitual uma combinação de branco com vermelho, verde ou azul. O primeiro exemplar custava 200 réis e como não havia inflação na época a revista permaneceu com esse preço até a década de 1920.
O personagem mais popular da revista, Chiquinho, era uma cópia não-autorizada de Buster Brown, criado por Richard Felton Outcault. Este fato só veio à tona nos anos 1950, quando o plágio foi denunciado por desenhistas de São Paulo. Quando o personagem Buster Brown deixou de ser editado, sua contra-parte brasileira passou a ser desenhada pelos desenhistas brasileiros Loureiro, A. Rocha, Miguel Hochman, Alfredo Storni e seu filho Osvaldo.
Outros personagens que faziam muito sucesso foram Reco-Reco, Bolão e Azeitona, criação de Luiz Sá.
Mickey Mouse fez sua estreia em quadrinhos no país em 1930 nas páginas de O Tico Tico e era chamado de Ratinho Curioso.
A maioria dos desenhos era copiada de revistas francesas, mas assim mesmo a revista revelou talentos nacionais como J. Carlos além de trazer alguns veteranos, como o cartunista Angelo Agostini (que desenhou o logotipo da revista).
A revista não teve rival à altura até a década de 1930, quando vários quadrinhos norte-americanos passaram a ser publicados no Brasil, principalmente depois do lançamento do Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen em 1934. Perdeu ainda mais espaço quando começaram as publicações de histórias de super-heróis em 1939. A revista deixou de manter a periodicidade semanal em 1957 e após, circulava apenas em almanaques ocasionais até que finalmente foi fechada, em 1977.
Apesar da decadência de seus últimos anos, no geral a revista foi bastante popular, com uma tiragem que variou entre 20 mil e quase 100 mil exemplares, abrangendo várias classes, inclusive a intelectual. O político Ruy Barbosa foi um de seus leitores, assim como o poeta Carlos Drummond de Andrade.
A revista e seu almanaque encontram-se digitalizados a cores pela Biblioteca Nacional, com busca de palavra no conteúdo.