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A luta pela emancipação de Ipatinga

IPATINGA - Segunda comissão pró-emancipação de Ipatinga e o deputado federal Padre Pedro Maciel Vidigal
IPATINGA - Na primeira tentativa, buscaram coletar uma farta documentação: certidões, requerimentos, atestados e plantas das linhas divisórias do futuro município.
Com a papelada toda arranjada, em duas vias, rumaram para Belo Horizonte, onde começaram a via-sacra: Assembleia Legislativa, Palácio do Governo, Secretarias de Estado, Departamentos e outras repartições públicas.
Após várias viagens imprevistas, requerimentos e encontros com políticos, ao final de muito sacrifício e tempo perdido nas antessalas do governo, o então governador José de Magalhães Pinto vetou o projeto de emancipação de Ipatinga.
Várias são as versões para justificar o veto de Magalhães Pinto à emancipação. Em uma delas, foi dito que o governador procedeu dessa maneira contrariado, atendendo a uma ponderação do então presidente da República, João Goulart, adversário político do Padre Pedro Vidigal, que era seu opositor na Câmara Federal e na região metalúrgica.
Em uma entrevista de Vidigal, publicada no Jornal do Brasil, o deputado, com ataques pessoais a Jango, chamou-o de "incompetente" e "demagogo". O parlamentar, na sua campanha política, havia prometido a emancipação dos municípios da região metalúrgica.
Nesse sentido, Vidigal já havia feito um pronunciamento na Câmara Federal, onde colocou a emancipação como "uma realidade incontestável e alheia às divergências políticas". Ainda nesse discurso, o parlamentar voltou a criticar o presidente, divergindo da política do governo para o setor siderúrgico.
João Goulart, em represália, telefona para o governador de Minas, José de Magalhães Pinto:
- Governador! Dos municípios que pediram emancipação, aí em Minas, gostaria que você vetasse os da região metalúrgica, por enquanto. O deputado Vidigal tem sido descortês comigo e até desrespeitando a autoridade do presidente da República com ataques pessoais. Ele é interessado na emancipação e acharia melhor aguardarmos um pouco.
Magalhães sabia dos problemas com o deputado, e depois, um pedido do presidente da República, merece sempre uma "consideração superior", sendo por questões políticas ou não.
Outra versão para o veto foi o receio de que a emancipação dessas cidades criasse, na região do Vale do Aço, um novo "ABC", semelhante ao polo em torno da capital paulista. Tal pensamento ocorreu na ocasião em que João Goulart sobrevoou o Vale do Aço, acompanhado do governador, e observaram as grandes usinas siderúrgicas instaladas aqui e as agitadas massas de operários concentradas nas proximidades da Cia. Belgo Mineira, em João Monlevade, Timóteo e Ipatinga.
No caso de Ipatinga, havia outro forte argumento: a posição contrária do então prefeito de Coronel Fabriciano, Cyro Cota Poggiali.
Fonte: Coluna “IPATINGA Cidade Jardim - 50 ANOS” – Diário do Aço – 23 de março de 2014
VÍDEO: Ipatinga - 1967 - Um pequeno trecho de sua história
VÍDEO: Ipatinga - Nossa história contada através de fotografias