O BIÓGRAFO DE IPATINGA
IPATINGA - Ao ver o capricho dos volumes da coletânea “Ipatinga: Cidade Jardim”, uma funcionária da Biblioteca Pública Estadual Professor Luiz de Bessa, do Circuito Cultural Praça da Liberdade de Belo Horizonte, disse ao autor da obra, José Augusto de Moraes: “Não existe outra cidade brasileira que tenha recebido tratamento parecido”. Lançada em 2009 em edição luxuosa, embalada em uma caixa com nove livros que ratam de temas caros à Ipatinga – da Usiminas ao esporte, dos bairros aos “causos” e curiosidades da cidade – a obra tornou-se referência para conhecer o passado e entender como se deu o desenvolvimento do município ao longo desse meio século de emancipação.
Além de “Ipatinga: Cidade Jardim”, José Augusto de Moraes já escreveu outros cinco livros que tratam de personagens e de fatos que compõem a história de Ipatinga. O primeiro foi “Ipatinga 40 anos” (2004), seguido por “Ipatinga 42 anos” (2006), “Usiminas 50 anos” (2012), “Walter de Lima Salles – a trajetória de um pioneiro” (2013)e "Pioneiros de Ipatinga em 2016.
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Trabalho este que se iniciou há 33 anos e sempre procurou registrar o relato das mais diversas parcelas da sociedade ipatinguense. “Ao longo desses anos de pesquisa por conta própria, reuni um acervo de cinco mil fotos e coletei relatos de quase 500 personagens”, conta José Augusto Moraes. Na sua avaliação, os livros permitiram que a história da cidade fosse contada por uma diversidade de personagens, dos anônimos aos figurões. “O mérito em buscar essa variedade de relatos é o registro dos relatos das pessoas ditas comuns, mas que possuem a mesma importância dos empresários pioneiros. Essas histórias agora estão vivas para as gerações posteriores entenderem a origem da nossa cidade”, diz, informando que seu próximo foco são os demais municípios do Vale do Aço. O objetivo é contar a história da região seguindo os mesmos parâmetros das pesquisas sobre Ipatinga.
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HISTORIADOR POR VOCAÇÃO
O envolvimento de José Augusto com a história da cidade começou meio que por acaso. Em 2003, ele decidiu homenagear o pai, Carlito Germano Moraes, que chegou em Ipatinga em 1961. Vindo de Teixeiras (MG), Carlito e a esposa, Rosa Schittini de Moraes, traziam os cinco filhos em busca de novas oportunidades na cidade que nascia em função da construção da Usiminas.
“Quem iria lembrar-se de um simples peão que nunca foi autoridade no município? Certamente, seu nome nunca seria emprestado a uma praça, rua ou avenida, ou até mesmo a um beco de Ipatinga. Foi aí que juntei as duas coisas: lembrança de meu pai e o enorme amor que tenho por esta cidade que adotei como minha segunda terra natal”, esclarece José Augusto na apresentação de “Ipatinga: Cidade Jardim”. Como tantos outros que migraram para o município no início dos anos 1960, ele testemunhou fatos importantes.
“Lembro-me dos fogos anunciarem a emancipação político-administrativa de Ipatinga. Foi às 12 horas do dia 28 de abril de 1964. Por um erro no documento, o registro foi datado em 29 de abril, dia que hoje comemoramos o aniversário da cidade”, recorda o historiador, que trabalhou durante sete anos na Usiminas e em seguida, foi funcionário da Usimec e da Acesita. A intenção inicial de homenagear o pai deu origem às primeiras incursões como pesquisador e culminaram no maior acervo existente sobre o município. “Interessante que ninguém fez nenhuma ressalva a esses trabalhos, porque o que está lá é a história contada pelas pessoas; não fantasiei. Já aconteceu de me perguntarem, talvez por falta de sensibilidade, o que eu ganhei com a publicação desses livros. Eu respondo que ganhei uma família. Conheci uma infinidade de pessoas através destes 400 personagens. Fiz amigos que me ajudaram durante todo o processo”, diz.
CULTURA
Na avaliação do historiador, Ipatinga ainda possui muito vigor para crescer e progredir. Ele ressalta uma faceta pouco lembrada e que está diretamente ligada aos pioneiros que fazem parte da história do município. “Hoje a cidade sustenta-se muito com o dinheiro dos aposentados. Temos uma diversidade de serviços e empreendimentos direcionados a este público importante, cujos ganhos amparam a economia em momentos de crise. Ipatinga precisa cuidar bem de seus aposentados também por isso e para valorizar quem já trabalhou tanto pela cidade”, argumenta José Augusto.
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Embora inegavelmente possua índices que atestem a boa qualidade de vida no município, Ipatinga merece, na visão do historiador, investir na construção de sua cultura. “Somos uma exceção. Com apenas 51 anos de emancipação, Ipatinga possui coleta de esgoto e água tratada em todos os bairros, todas as ruas do perímetro urbano são asfaltadas, não há favelas e zona boêmia. Sem contar os 127 metros quadrados de área verde por habitante. Ou seja, é uma cidade em pleno desenvolvimento e que discute questões mais avançadas que as suas vizinhas. Por outro lado, a cidade passou décadas ligadas à cultura da siderurgia. Não possuímos um museu nem uma casa de cultura. Acredito que há uma necessidade de se investir nisso, em zelar pela nossa história e na cultura das pessoas”, argumenta.
SEGUIDORES VIRTUAIS
Além dos cinco livros já publicados, as pesquisas de José Augusto de Moraes também culminaram no site Eu Amo Ipatinga(.com.br). No endereço, foram transpostos boa parte dos temas contidos no trabalho impresso do historiador. O grupo de discussão do site no Facebook contabiliza quase 25 mil integrantes e mostra que não são poucos os interessados em resgatar a história da cidade. Seu parceiro, Marildo Silva, é um deles. Nascido na antiga rua do Comércio, atual avenida 28 de abril, ele faz questão de contribuir com todo o seu tempo livre para resgatar e documentar a memória do município.
“O José Augusto já havia começado esse trabalho há muitos anos, a partir da popularização do Facebook, tivemos a ideia de criar o Eu Amo Ipatinga. Então, passamos a trabalhar juntos nessa nobre empreitada. Essa iniciativa é realizada pela satisfação de saber que a história da região vai permanecer protegida. Já demos início ao projeto de resgatar a trajetória de outras cidades e, em breve, o arquivo virtual vai crescer ainda mais”, afirma Marildo, que tem o intuito de unir ainda mais interessados em contribuir com a preservação da história de toda a região.
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Fonte: Caderno "Diário do Aço Especial - CIDADES"
VÍDEO: Programa "Cultura Entrevista" - TV Cultura do Vale do Aço
VÍDEO II: Exposição de fotos Usiminas, Estação Memória "Zeza Souto", outubro de 2013
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