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Ipatinga, 14 de Abril de 2021

PERSONAGENS

JOSÉ ANATÓLIO BARBOSA

Na década de 1950, José Anatólio comprou o que seria o primeiro carro do povoado, um "Jeep 51"

Em 1920, José Anatólio mudou-se para Água Limpa (Barra Alegre), onde adquiriu a "Fazenda Esperança" e atuou como comerciante por vários anos.

A TRAJETÓRIA DO PIONEIRO E CONSTRUTOR DE IPATINGA

IPATINGA - Nasceu em Santa Maria de Itabira (MG), dia 3 de julho de 1899. Filho de Ivo Gomes de Oliveira e Caetana América de Menezes. Casou-se com Lucinda Fernandes Madeira, na cidade de Santana do Paraíso (MG) e vieram morar em Barra Alegre - Ipatinga, onde o casal tiveram treze filhos.

Aos 12 anos de idade foi pra Belo Horizonte, onde trabalhou alguns anos. Foi Juiz de Paz em Santana do Paraíso, jurado de Santana de Ferros durante cinco anos, para onde viajava a cavalo sempre que sua presença era solicitada e membro da primeira Câmara de Mesquita. Após trabalhar pela emancipação daquela cidade, José Anatólio conseguia sempre agregar um vaso círculo de amizades. Em 1920, mudou-se para Água Limpa (Barra Alegre), onde adquiriu a "Fazenda Esperança" e atuou como comerciante por vários anos.

Clique aqui e veja a história e trajetória do filho "SALVELINO DE OLIVEIRA BARBOSA "Liu""

José Anatólio no casamento de seu filho, o ex-vereador de Ipatinga Salvelino de Oliveira Barbosa "Liu" com Eloísa Ferreira, neta do amigo e pioneiro do Vale do AÇo, José "Zeca" Fortunato, em janeiro de 1970

CACHAÇA "FLÔR DO VALE

Na Fazenda Esperança, José Anatólio também fabricava cachaça, a "Flôr do Vale", mas o alambique e todo material de fabricação foram levados na enchente de 1979. Juntamente com Selim José de Salles levava mantimentos em tropa de burros para vender em Ouro Preto e, lá vendiam até os animais da tropa, para voltar mais depressa.

O PRIMEIRO CARRO DO POVOADO DE IPATINGA

Na década de 1950, José Anatólio comprou o que seria o primeiro carro do povoado, um "Jeep 51", posteriormente outro igual foi adquirido pelo pioneiro Jair Gonçalves. Como as condições do local era precárias, o jeep teve que vir de trem, de Belo Horizonte até a antiga Estação de Nossa Senhora, no bairro horto, seguia-se então para Barra Alegre. Empregados da fazenda iam a frente fazendo caminho na enxada e José Anatólio ia atrás dirijindo o jeep.

Taça Jules Rimet esteve no Grupo Escolar Caetana America de Menezes e também na Fazenda Esperança, de José Anatólio Barbosa (foto).

POLÍTICA

Paralelamente as suas atividades comerciais, José Anatólio sempre atuou no campo político. Buscou a emancipação de Coronel Fabriciano, que pertencia a Antônio Dias, tendo sido vereador duas vêzes naquele município e merecedor do título de Cidadão Honorário. Enquanto vereador em Coronel Fabriciano, ele defendeu os interesses de sua querida "Água Limpa", cujo nome consegiu mudar para "Barra Alegre". Elevou o povoado a condição de distrito, criando assim o primeiro cartório de Barra Alegre, futuro munícipio de Ipatinga. Integrou depois as forças comunitárias que lutaram pela emancipação de Ipatinga e, a seguir pela criação da comarca, o que lhe valeu uma medalha de honra ao mérito conferida pela Câmara Municipal.

José Anatólio foi também o fundador do diretório da "Arena", um dos partidos criados após a Revolução de 1964, ou seja, o "golpe militar". Sob sua presidência, aquela agremiação conquistou a vitória em dois pleitos, elegendo os prefeitos Jamil Selim de Salles e Darcy de Souza Lima.

José Anatólio veio a falecer no dia 4 de agosto de 1979, aos oitenta anos de idade.

José Anatólio casou-se com Lucinda Fernandes Madeira, na cidade de Santana do Paraíso (MG) e vieram morar em Barra Alegre - Ipatinga, onde o casal tiveram treze filhos.

A ESPOSA "LUCINDA FERNANDES MADEIRA"

Lucinda Fernandes Madeira nasceu em Córrego da Lage, perto de Santa Maria de Itabira. Sua família veio morar em Santana do Paraíso e foi lá que Lucinda se casou com José Anatólio Barbosa. Vieram morar em Barra Alegre, onde o casal teve treze filhos.

Lucinda Fernandes Madeira morreu em 22 de setembro de 1947 de câncer no útero. Após a sua morte, alguns políticos quiseram colocar seu nome na localidade de “Água Limpa”, mas o marido, José Anatólio, não permitiu. Água Limpa passou então a se chamar “Barra Alegre” e posteriormente o nome de Lucinda foi colocado na escola do bairro Vila Formosa.

Clique aqui e veja a história da "Escola Municipal Lucinda Fernandes Madeira (Vila Formosa)"

Clique aqui e veja a história da "Escola Estadual Dona Caetana América de Menezes (Barra Alegre)"

Lucinda Fernandes Madeira morreu em 22 de setembro de 1947 de câncer no útero.

ÁGUA LIMPA "BARRA ALEGRE"

Água Limpa (atual distrito de Barra Alegre) originou-se de cinquenta alqueires de terra que o arcebispo de Mariana doou a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, para que fossem cedidas por meio de posse.

No ano de 1920, havia no local umas vinte casas, uma escola e uma igreja. O único acesso era por uma estradinha (trilho) que vinha de Mesquita e passava pelo povoado, indo para Santo Antônio (São Geraldo) e Melo Viana. O lugarejo pertenceu aos municípios de Itabira, Ferros, Antônio Dias e Coronel Fabriciano. Tornou-se distrito de Coronel Fabriciano no dia 25 de maio de 1950, quando ainda pertencia à Comarca de Antônio Dias.

Em 1964, com a emancipação do distrito de Ipatinga, Barra Alegre foi incorporado ao novo município, na qualidade de distrito. O distrito é composto pelos bairros Cidade Nobre, Vila Celeste, Esperança, Vila Formosa, Limoeiro, Chácaras Madalena, parte do Bom Jardim, Canaã e a zona rural de Ipatinga, sendo Barra Alegre sede do distrito.

O distrito de Barra Alegre limita-se com o município de Ipatinga pelo córrego Bom Jardim e córrego Taúbas. A economia era baseada totalmente na agricultura e pecuária. Havia um engenho de açúcar e um alambique pertencente à família de dona Caetana, administrados pelo senhor José Anatólio Barbosa e filhos. O alambique foi levado pela enchente de 1979.

Barra Alegre era um distrito atuante e rico em manifestações culturais, religiosas e políticas, que se realizavam com muito entusiasmo e participação de todas as cidades vizinhas. Bailes e festas tradicionais animavam a sede do distrito "Barra Alegre", tornando o lugar.