João Pinto Filho era projetista na antiga Acesita, onde trabalhou por mais de 40 anos.

TIMÓTEO – Nasceu na cidade de Itabira - MG, no dia 6 de novembro de 1917. Pai de quatro filhos, sete netos e sete bisnetos, João Pinto foi casado por 62 anos com Nair Ruiz Pinto, 78, e residia na capital mineira desde que foi transferido de Timóteo para o escritório da empresa em Belo Horizonte.

Aos 18 anos, o pioneiro chegou ao Vale do Aço para trabalhar como projetista na antiga Companhia Aços Especiais Itabira (Acesita), onde permaneceu por mais de 40 anos. João Pinto foi o criador da bandeira e do brasão oficiais do município e autor da pintura dos azulejos da Igreja Matriz de São Sebastião, em Timóteo.

Na pintura dos azulejos da Igreja São Sebastião, o artista contou a história dos pioneiros.

BANDEIRA E BRASÃO DE TIMÓTEO

João Pinto atuava como projetista na Acesita quando, por meio de um concurso municipal, foi responsável pela criação da Bandeira e o Brasão de Timóteo, instituídos pela Lei nº 179 de 22 de janeiro de 1968. Na escadaria da Igreja São Sebastião de Timóteo, os azulejos pintados ajudam a contar a saga dos pioneiros e da empresa âncora que ajudou no desenvolvimento do Vale do Aço. Mais de 40 anos depois, a obra é ainda uma importante referência cultural para os moradores do município. Aos poucos a arte deixada por ele sofre o desgaste do tempo e de ações de vandalismo. O patrimônio necessita de um trabalho de restauração, pois algumas peças de azulejos foram arrancadas.

A escultura era outra paixão artística de João Pinto Filho.

FALECIMENTO

Complicações respiratórias debilitaram a sua saúde em 2011 e 2012, culminado em seu falecimento na madrugada da do dia 2 de novembro de 2012 na cidade de Belo Horizonte. João Pinto foi enterrado na mesma cidade, no fim da tarde do dia de seu falecimento.

Em entrevista por telefone concedida ao jornal Diário do Aço, em novembro de 2012, Nádia Maria Ruiz Pinto, a única filha mulher de João Pinto, relata que o pai era bem humorado e feliz até seus últimos dias de vida. “Ele era um paizão, maridão, querido por todos e não só pela família. Até o fim da vida ele estava muito lúcido”, contou.

Sobre o tempo em que morou na região, Nádia Maria afirma que ele foi muito feliz, tendo muitos amigos e lembranças boas para contar dos tempos da companhia. Foi responsável também pela fundação da Loja Maçônica de Timóteo e de inúmeras decorações dos famosos carnavais timoteenses.

O município de Timóteo perdeu um importante personagem do início da sua história. Mas a arte de João Pinto Filho, a sua trajetória e as heranças deixadas para o município, ainda serão conhecidas por muitas gerações.

Durante um carnaval ao lado da esposa Nair Ruiz Pinto com quem foi casado por 62 anos.

Fonte: Ipatinga Cidade Jardim e www.diariodoaco.com.br