CORONEL FABRICIANO - Atacante e meio campista, nascido em Coronel Fabriciano, dia 20 de agosto de 1990, Cássio Horta Magalhães, jogador do FC Thun, time da primeira divisão do campeonato suíço, passa férias em sua terra natal no Vale do Aço mineiro.
Em entrevista ao Globoesporte.com, o jogador falou sobre o momento no FC Thun, relembrou o início da carreira, adaptação no país europeu e revelou as projeções para o futuro.
Cássio começou cedo no futebol. Os primeiros dribles e gols aconteceram no Avante EC, time amador de Coronel Fabriciano, onde jogou dos quatro aos 10 anos. O segundo clube da carreira, ainda nas categorias de base foi o Aciaria, de Ipatinga, onde permaneceu por dois anos.
Em 2003, se transferiu para o Aciaria do Espírito Santo,e foi artilheiro da edição da Copa Gazetinha. No ano seguinte, surgiu a oportunidade de jogar nas categorias de base do Vasco da Gama/RJ, onde permaneceu até o início de 2008.
PRIMEIRO TIME PROFISSIONAL
Terminado o ciclo na equipe carioca, a primeira oportunidade em um time profissional surgiu na sua cidade natal, o Social Futebol Clube, primeiro time profissional que ele defendeu. Cássio disputou o Campeonato Mineiro de 2008 e lembra das dificuldades em se firmar na equipe.
- Com o fim do meu ciclo na base do Vasco da Gama, apareceu a oportunidade de jogar pelo time profissional do Social FC na disputa do Campeonato Mineiro.No início tive uma série de dificuldades, assim como todos os garotos da base. Fiz bons treinamentos no decorrer do campeonato, mas tive apenas duas chances de jogar. Em seguida, fui para o Ipatinga - lembra Cássio.
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FUTEBOL INTERNACIONAL
Os bons treinamentos no Tigre renderam uma chance de jogar no exterior já no segundo ano da carreira.
- Eu sempre me esforcei, fiz bons treinamentos, e na época tinha um pessoal me observando até mesmo sem que eu soubesse, e a oportunidade surgiu com essa porta aberta para o exterior, aproveitei e fui para o Dínamo Zagreb da Croácia - conta.
A passagem pelo futebol croata em 2009 foi o start da carreira, onde tudo realmente começou. Cássio explicou que após a passagem pelo futebol do exterior, retornou ao futebol brasileiro em 2010. Teve uma rápida passagem pelo Montañeros da Espanha em 2011. De volta ao Brasil enfrentou dificuldades e chegou a disputar o campeonato amador de Ipatinga e Acesita.
Em janeiro de 2012 retornou para o Dínamo Zagreb da Croácia, e disputou os últimos seis meses do campeonato. Ao final da temporada 2011/2012 na Croácia, se transferiu para o futebol suíço. Desde então defende o FC Thun. Após cumprir dois anos e meio dos três de contrato, o jogador analisa seu desempenho como muito bom. Nascido no calor do Vale do Aço mineiro, Cássio revela que sua maior dificuldade no início foi o inverno rigoroso e o idioma alemão usado na Suíça.
A maior conquista profissional do atleta foi a disputa da fase de grupos Uefa Europa League 2013/2014.
- Realizei um sonho de infância. Um garoto do interior, que sempre jogou no Brasil, ter a oportunidade de ir para a Europa e jogar a Uefa Europa League.O FC Thun chegou à fase de grupo, pegamos grandes clubes, e foi uma realização tremenda, ficamos a um empate das oitavas de final da competição - disse.
Sobre a vida social na Europa, ele conta que é muito caseiro.
- Como é muito frio lá, prefiro ficar em casa com a namorada e os verdadeiros amigos. Saio pouco, mas vou a restaurante e gosto muito de jogar boliche e ping-pong.
O contrato com o FC Thun acaba no meio do ano de 2015. Cássio disse que o clube já mostrou interesse em renovar o seu contrato, mas dois clubes de mercados diferentes interessaram em seu futebol.
- O clube onde jogo é muito bom. Eles gostam do meu futebol, mas duas boas propostas apareceram. Não sei o meu futuro, tenho contrato com o Thun até no meio do ano, existe uma cláusula no contrato que a partir dos últimos seis meses de contrato posso assinar um pré-contrato com outra equipe,então vamos analisar e decidir o que é melhor para mim e minha família - declarou.
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FUTEBOL BRASILEIRO
Cássio ainda sonha em voltar ao futebol brasileiro e atuar em um grande clube brasileiro. Ele revela que no meio do ano recebeu uma proposta do Atlético-MG, mas o clube acertou com Maicosuel, e a transferência não aconteceu.
Mesmo longe do país, Cássio acompanha Cruzeiro e Atlético, torce pelos clubes mineiros e em especial por um amigo de infância que atua no clube celeste.
- Gosto sempre de estar informado. Acompanhei a Taça Libertadores de 2013, parabenizo o Atlético pela conquista. O Cruzeiro que também não fez por menos, ganhou o bi do brasileirão, e fez uma boa campanha na libertadores desse ano. O Rafael Monteiro, reserva do gol do Cruzeiro é um amigo de infância, crescemos juntos no mesmo bairro, uma pessoa de um caráter exemplar, mas treina ao lado de outro grande goleiro o Fábio - destaca.
Como todo bom boleiro, Cássio vai participar das tradicionais peladas de fim de ano. No dia 23 de dezembro, no estádio Louis Ensch, faz um jogo beneficente com a participação do goleiro Rafael, do Cruzeiro, e o meio campista Danilo Barcelos, do Sport Recife. Os alimentos arrecadados serão doados para moradores de rua Coronel Fabriciano. O jogador retorna para a Suíça dia 3 de janeiro.
Fonte: Globo.com
FICHA DO ENTREVISTADO
Nome completo: Cássio Horta Magalhães
Idade: 24 anos
Naturalidade: Coronel Fabriciano
Altura: 1,73 m
Peso: 73 kg
Posição: Atacante
Clubes: Vasco/RJ, Social, Ipatinga, Dínamo Zagreb (CRO), Boavista/RJ, Montañeros (ESP), Travnik (BOS) e FC Thun (SUI)
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JVA – Onde, quando e como você iniciou sua carreira?
Cassinho – Comecei a minha trajetória no futebol com o Lucinho, no Avante EC, aos sete anos de idade. Em seguida, fui para a AA Aciaria, de Ipatinga. Após ter sido artilheiro de uma edição da Copa Gazetinha, no Espírito Santo, jogando pela Aciaria, fui chamado para atuar no Vasco da Gama/RJ.
JVA – Relembre sua trajetória no futebol amador regional.
Cassinho – Na verdade, depois que fui para o futebol carioca, quase não tive mais contato com o futebol mineiro. Joguei um ano no futebol amador do Vale do Aço com o desportista Ailson Gilberto e o “Seu” Gercy Mathias. Foi quando eu tive a oportunidade de ser campeão Ipatinguense com o Novo Cruzeiro e artilheiro da competição municipal. Depois, joguei o Campeonato Acesitano pelo Laminação, com o Professor Carlinhos e o Presidente Augusto, onde fui vice-campeão e também goleador da competição. Também tive o prazer de jogar uma edição do Torneio da Amizade, em Coronel Fabriciano.
JVA – Quais as suas características em campo?
Cassinho – Sou um atacante de baixa estatura, de um grande posicionamento, velocidade, boa finalização com a perna direita e com a esquerda. Tenho também uma ótima impulsão. E, graças a Deus, sempre fazendo os meus gols. (risos)
JVA – Além de categorias de base, você atuou por clubes profissionais no Brasil?
Cassinho – Sim. Joguei no Boavista/RJ, Social e Ipatinga.
JVA – Ainda no futebol brasileiro, diante de possíveis desilusões, você chegou a pensar em desistir da carreira de atleta?
Cassinho – Vou ser muito sincero. É uma carreira muito dolorosa. No ano de 2011, quando joguei campeonatos amadores no Vale do Aço e na cidade de Capelinha, eu já estava desiludido. Na época, eu estudava e trabalhava. Mas, graças a Deus, sempre corri muito “atrás”, por onde passei, sempre deixei as portas abertas, até receber uma nova proposta da Croácia. Eu vi como um recomeço. Houve também uma sondagem do Ipatinga nessa época.
JVA – Como e quando você chegou ao futebol europeu?
Cassinho – Minha primeira passagem pelo futebol europeu foi no ano de 2008. Eu tinha apenas 17 anos, jogava no Boavista/RJ, onde vinha sendo artilheiro. Eu era bem jovem e, graças a Deus, despertei a atenção de uns clubes e investidores aqui da Europa.
JVA – Fale sobre a experiência em atuar no futebol suíço e também a respeito do clube em que você joga, como estrutura, torcida etc.
Cassinho – Jogar na Europa sempre é muito bom em todos os aspectos. A primeira imagem que se tem é “tudo ótimo”, “muito fácil”. Mas não é bem assim. Muitos chegam aqui com grandes ilusões, grandes expectativas, e acabam não dando certo. É um futebol de muita força com bastante técnica. Tenho contrato de três anos com o meu atual clube, o Thun. É um bom clube, já jogou algumas edições da Uefa Champions League – Liga dos Campeões da Europa. O Thun possui uma ótima estrutura, estádio novo e está trocando de patrocinador agora, saindo da Erima e acertando com a Nike. A torcida do clube é muito fanática e presente até demais, mesmo com o frio. Só tenho a agradecer ao clube e ao torcedor do Thun sempre, pelo carinho e apoio. Algumas vezes, quando eu chego dos treinamentos, alguns torcedores me esperam para me entregar presentes e cartas. Isso é muito gratificante.
JVA – Como está sendo a atual temporada para você e seu clube na Suíça?
Cassinho – Voltamos das férias recentemente e fizemos pré-temporada na Turquia. Estamos nas quartas de final da Copa da Suíça. No campeonato nacional, nossa campanha é mediana. A prioridade do clube é mesmo a Copa da Suíça.
JVA – Você mora com familiares na Suíça?
Cassinho – Não. Moro sozinho, mas sempre meu empresário e meus familiares estão por aqui, me visitando.
JVA – Em qual ou quais jogadores do futebol mundial você se espelha?
Cassinho – Vou falar deles como jogadores de futebol, e não no lado pessoal. Admiro Romário, Ronaldo, Alexandre Pato e Fred, pela questão da posição, em razão de também serem atacantes. Também admiro Kaká e Messi, e gosto do Cristiano Ronaldo, pelo fato de ele se sentir o melhor e querer sempre ser o melhor.
JVA – Qual o seu grande sonho no futebol?
Cassinho – São muitos. Peço muito a Deus saúde, para que eu possa seguir minha carreira. Tenho objetivos maiores, como chegar a grandes clubes europeus. Todos que me conhecem jogando falam da minha capacidade. É continuar fazendo o que eu sempre faço, ajudar minha família e estar sempre doando cestas básicas para ajudar, de certa forma, a quem precisa.
JVA – Jogar no futebol europeu já te permitiu chegar à independência financeira?
Cassinho – Eu ainda sou jovem, tenho 24 anos. Ainda não estou no patamar que eu quero (risos). Mas possuo algumas coisas e tenho muito a agradecer à minha família por tudo isso. Essa base familiar fez com que eu me tornasse um grande homem.
JVA – Como o futebol brasileiro e seus principais jogadores são vistos na Suíça?
Cassinho – O futebol brasileiro hoje, não só na Suíça, mas em todo o mundo, não possui mais aquele valor que tinha antes. Mas nunca irá perder o prestígio. Já ouvi falar muitas vezes que quando um jogador brasileiro chegava aqui, era moleza, eram “reis”. Hoje em dia, não é mais assim. Somos iguais a todos os outros atletas de outras nacionalidades. O futebol ficou bastante nivelado. Tem sempre alguém querendo a nossa vaga.
JVA – Você tem planos de retornar ao futebol brasileiro a curto prazo?
Cassinho – Meu contrato aqui vai até 2015, e espero cumpri-lo. Nunca se sabe o dia de amanhã, mas tenho pretensões de seguir na Europa, por enquanto. Eu ainda sou jovem e vejo grandes chances para a minha carreira aqui. Mas coloco nas mãos de Deus, para que Ele possa me guiar para o melhor.
JVA – Fale sobre a experiência de viver longe dos pais e em outro continente.
Cassinho – Eu já me acostumei. Fui jogar no Vasco com apenas 13 anos de idade. É uma profissão onde a gente não escolhe muito. Tenho objetivos de vencer na minha carreira. Jogar futebol é o que eu amo fazer, então, não posso olhar muito essas coisas. Dificuldades existem, mas vale a pena persistir. Hoje em dia, está tudo mais fácil para a comunicação, já que temos internet, skype, redes sociais, celulares, e isso facilita muito. Primeiro, penso na minha carreira, na minha vida, já que a minha família e os meus amigos verdadeiros sempre estarão comigo. Atualmente, além da língua portuguesa, falo espanhol, inglês e, basicamente, o idioma croata. Eu ainda estudo alemão.
REPÓRTER: Fernando Silva
Fonte: http://www.jornalvaledoaco.com.br
VÍDEO: CÁSSIO HORTA MAGALHÃES "Cassinho"
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