IPATINGA - Doada ao município por um particular, a Maria-Fumaça foi reformada para ser uma atração turística de Ipatinga. A Maria Fumaça de Ipatinga é usada apenas como atração turística na área do Parque Ipanema, pela Estrada de Ferro Caminho das Águas. A máquina de origem alemã foi fabricada em 1937 e é movida a vapor, percorrendo 2,6 quilômetros de trilhos - são 5,2 km de ida e volta - pelo Parque Ipanema, na margem direita do ribeirão Ipanema. A locomotiva possui dois vagões com capacidade total para 70 passageiros. Mas nos dias atuais não está em funcionamento, apesar da insistência da população que pede seu retorno. A Maria Fumaça foi tombada pelo patrimônio público de Ipatinga no dia 4 de novembro de 1999, pelo decreto/Lei: Lei 1.727 de 04/11/1999.
A Maria Fumaça está sem previsão de voltar a circular por falta de mão de obra para restauração na linha férrea. Apenas duas pessoas realizam a manutenção da linha na área do Parque Ipanema. São eles, José Mauro Cardoso de Oliveira que é engenheiro, proprietário da locomotiva e maquinista voluntário, e Pedro Eurico Venuto que é prestador de serviço da Prefeitura de Ipatinga e maquinista.
O proprietário da locomotiva contou que ele e Pedro fazem todo o trabalho na ferrovia. “Nós somos os famosos ‘faz tudo’. Além de maquinistas fazemos a manutenção dos trilhos, bem como dos vagões, capina do local, consertos de chaves de desvio, lavagem e lubrificação dos geradores da locomotiva, entre outros”, comentou José Mauro.
A LOCOMOTIVA
José Mauro contou que desde 2008 a Maria Fumaça parou de funcionar devido a problemas de manutenção. “Os passeios semanais foram reduzidos e passou-se a atender solicitações da Prefeitura de Ipatinga em datas comemorativas ou alguma visita especial. A cada dois meses fazemos durante um dia a movimentação da locomotiva, apenas para continuar em bom estado de conservação”, disse José Mauro.
A última vez em que circulou com passeio pelos trilhos foi em abril de 2008, nas comemorações do aniversário de Ipatinga.
Para funcionar, José Mauro explica que depende de toda uma preparação. “Primeiro ela precisa ser aquecida num tempo de aproximadamente duas horas a base de lenha. Utilizamos lenha que é doada pela Prefeitura de Ipatinga nas podas de árvores feitas na cidade. Produzido o vapor ela movimenta por meio de alavanca de comando, tudo de forma manual”, contou o maquinista.
O maquinista informou que é necessária uma interação entre a máquina e o homem. “Atenção a todo o momento. É necessário ouvir os barulhos que a máquina produz, observar a queima de combustível e principalmente o nível da água da caldeira”, finalizou.
O apaixonado por ferrovias comprou a máquina em 1979. Vinte anos depois, quando se mudou para Ipatinga, resolveu trazer na bagagem o trem, que se tornou atração turística.
VÍDEO: Após cinco meses de restauração, a caldeira da Maria Fumaça de Ipatinga é entregue ao município
MARIA FUMAÇA EM MINAS GERAIS
Entre as mais famosas de Minas, está a Maria-Fumaça também a vapor que faz o percurso entre São João del-Rei e Tiradentes. O passeio parte da antiga Estação Rodoviária de São João, inaugurada em 1881, e percorre os 13 quilômetros que separam as duas cidades em cerca de meia hora, margeando o rio das Mortes e descortinando a serra de São José. Fabricada na Filadélfia (EUA) pela empresa Baldwin, no início do século passado, ela funciona nos finais de semana.
Entre Ouro Preto e Mariana, uma locomotiva de 1949 com interior de madeira e desenho semelhante às composições do início do século XX cobre percurso de 18 quilômetros, percorridos em menos de uma hora nos fins de semana. O cenário é repleto de paisagens típicas mineiras, com cachoeiras e montanhas.
Em Passa Quatro, no Sul de Minas, o roteiro da Maria-Fumaça fabricada em 1929 começa na histórica estação local, com parada para compras na Estação do Manacá, seguindo até a Estação Coronel Fulgêncio, na boca do túnel de mesmo nome, na divisa de Minas com São Paulo. O percurso histórico foi inaugurado por Dom Pedro II, no século XIX, e a área remanescente de Mata Atlântica.
Já o circuito Trem das Águas, entre São Lourenço e Soledade de Minas, também no Sul do estado, opera há 11 anos na antiga ferrovia projetada e construída pelos ingleses da Minas & Rio Railway há 115 anos. Lá é possível viajar pelo legendário caminho de ferro percorrido por D. Pedro II e toda sua comitiva imperial em busca do ameno clima mineiro e a salubridade das águas da região. A Maria-fumaça a vapor do circuito conduz sete vagões, com capacidade para 344 passageiros.
A primeira Maria-Fumaça a operar na Grande BH, nas trilhas da Estrada Real, foi adquirida pela Prefeitura de Rio Acima, em parceria com a iniciativa privada. A restauração foi em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. O material rodante (mourões e trilhos) foi doado pela Ferrovia Centro-Atlântica e os três vagões, com capacidade para transportar até 135 passageiros, já estão estacionados na antiga Estação de Rio Acima, erguida em 1890 e desativada em 1996, e que abrigará o Museu Ferroviário.
Antigas estações estão sendo revitalizadas para a empreitada, que despertou o interesse de municípios vizinhos. A Prefeitura de Nova Lima agiliza o processo de recuperação de sua malha ferroviária para ampliar o circuito de 2,5 quilômetros para 11 quilômetros, até o distrito de Honório Bicalho.
A locomotiva alemã fabricada em 1924 pela Oresten & Craft, que fará o percurso rio Acima-Nova Lima, era usada para transportar cana-de-açúcar na Paraíba e foi arrematada em um leilão em São Paulo, por R$ 420 mil. Já os três vagões, mais modernos, foram adquiridos em Santa Catarina.
Fonte: "Ipatinga Cidade Jardim" e Diário do Aço
VÍDEO: Veja como funciona a Maria Fumaça de Ipatinga I.
VIDEO: Veja como funciona a Maria Fumaça de Ipatinga II.
VIDEO: Apito da Maria Fumaça de Ipatinga.
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